Foi no início do século XIX, mais precisamente, em 1802, que o britânico Humphry Davy(1778-1829) deu os primeiros passos para o surgimento da primeira lâmpada incandescente. Humphry fez passar uma corrente elétrica por um fio de platina que aqueceu e emitiu luz. Depois disso, muitos pesquisadores e inventores tentaram construir fontes de luz usando energia elétrica, mas somente em 1879, o norte-americano
Thomas Alva Edson (1847-1931), depois de testar cerca de 1600 tipos de materiais, construiu a primeira lâmpada comercializável usando um filamento de bambu carbonizado que foi o mais eficiente e econômico testado por ele. Edson inseriu esse filamento numa ampola de vidro com alto vácuo e ligou suas extremidades aos polos de uma fonte de energia. No início do século XX, um filamento de tungstênio que, quando aquecido, chega a uma temperatura de 3000 ºC, foi introduzido nas lâmpadas incandescentes pela empresa húngara TUNSGRAM, sendo este, usado até hoje.
A lâmpada incandescente é um dispositivo elétrico que através do aquecimento de um filamento metálico (tungstênio) inserido numa ampola de vidro, onde formou-se um vácuo, produz calor e luz . O aquecimento do filamento ocorre devido a resistência à passagem de elétrons nesse material (Efeito Joule). Entretanto, este artefato que por mais de 100 anos tirou a humanidade da escuridão, está com os dias contados por não ser sustentável. Diante da tecnologia atual tornou-se ineficiente, pois gasta mais energia e ilumina menos, produzindo muito mais calor (95%) do que luz (5%). Além disso, possui vida útil menor do que os produtos mais recentes lançados no mercado, com tecnologia avançada.
No Brasil, desde 2012, as lâmpadas incandescentes estão deixando de ser fabricadas e importadas de forma gradativa. Com isso, a população está adotando, paulatinamente, o uso de outros tipos de lâmpadas com tecnologias mais modernas, como as halógenas com bulbo, as fluorescentes compactas e as de led; todas mais caras que as incandescentes, mas como gastam menos e têm maior durabilidade os técnicos afirmam que o saldo final é positivo para o consumidor e para o país. Em comparação com as lâmpadas incandescentes, as mais econômicas são as de led (85%); em seguida, as fluorescentes compactas (80%) e por último, as halógenas com bulbo (30%).
O meio ambiente também ganha com a substituição das lâmpadas incandescentes, pois elas lançam o dióxido de carbono na atmosfera terrestre, entretanto, devemos alertar que as lâmpadas fluorescentes compactas, que são as mais usadas para substituir as incandescentes, quando têm sua vida útil esgotada, podem causar danos à natureza se não forem descartadas adequadamente, pois possuem mercúrio e chumbo (metais pesados) que podem interagir com o solo e com a água de rios e lagos, contaminando microrganismos que servem de alimentos para peixes.
Apesar de existir no Brasil, desde 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que estabelece a devolução de lâmpadas que esgotaram sua vida útil ao local onde foi adquerida, na prática, isso não ocorre, pois apenas 6% dessas lâmpadas são recicladas; as restantes são descartadas em aterros sanitários ou lixões, o que aumenta a possibilidade de contaminação dos lençóis freáticos. Então, por um lado estamos economizando energia, substituindo as lâmpadas incandescentes por outras lâmpadas mais modernas, no entanto, em contrapartida, estamos contaminando o solo e a água. Os resultados dessa contaminação serão notados em 20 ou 30 anos se não forem tomadas as devidas providências pelos governos. Mas, o que esperar de um país onde tudo funciona precariamente? Onde a eminência de um problema grave é tratada pelos gestores com indiferença? ( J.M.)